domingo, 8 de agosto de 2010

Tema 5: Negros na luta abolicionista.

Tema 5: Negros na luta abolicionista.
(biografia, atuação na luta pela abolição, curiosidades, imagens).
Componentes: - 8ª/9º A
Alessandra Araújo
Caroline Magnavita
Clarissa Habib
Nathália Carvalho

Professor: Telma Souza
Matéria: História

A seguir, você vai conhecer um pouco sobre cada negro abolicionista citado abaixo:

• Luís da Gama
• André Rebouças
• José do Patrocínio

Espero que aprendam com o nosso trabalho, que também, nos fez aprender muito!

Luís Gama

BIOGRAFIA:

Luiz Gonzaga Pinto da Gama, filho da valente e insubmissa negra Luiza Mahin. Luiz Gama nasceu no dia 21 de julho de 1830, no estado da Bahia. Seu pai era um fidalgo português, estróina, que em 1840 vendeu o próprio filho a um traficante de escravos, para pagar dívidas de jogo. A alma de Luiz Gama era tão pura e generosa que jamais se permitiu revelar, a quem quer que seja, o nome de seu pai, que se cobriu de opróbrio com este gesto insólito e monstruoso. Já em 1848, Luiz Gama não era mais escravo, conseguindo fugir do seu último " senhor ", uma vez que carregava consigo documentos comprobatórios de sua condição de negro liberto, com os quais lhe é permitido assentar praça no Exército Brasileiro, quando em 1854 alcança o posto de cabo graduado. Luiz da Gama trazia no sangue o temperamento de negro rebelde, herdado certamente de sua mãe, Luiza Mahin, tanto é que por " atos de insubordinação " acabou por dar baixa no serviço militar, atos, que no seu entender, praticou com consciência e altivez na defesa da sua própria dignidade de criatura humana. Luiz Gama foi copista e amanuense, funções das quais era afastado por força de perseguições racistas e políticas movidas pelo seus detratores, que se encastelavam no Partido Conservador, por não tolerarem as inclinações liberais e as suas atividades em favor dos negros escravizados e oprimidos. Luiz Gama formou-se em direito, conseguindo com talento, coragem e obstinação libertar mais de quinhentos escravos . É dessa época que se projeta a sua fama de orador arrebatado, impetuoso e intrépido quando se punha diante de uma causa nobre, fazendo do jornalismo e da tribuna um poderoso instrumento com o qual vergastava os exploradores do suor alheio e os inimigos da humanidade. Foi ele que brandiu a célebre frase que afirmava de modo peremptório que " aquele negro que mata alguém que deseja mantê-lo escravo, seja em qualquer circunstância, mata em legítima defesa ! ". Segundo Américo Palha, estas palavras de fogo foram proferidas de forma corajosa, da tribuna do Tribunal do Júri. De outra vez, nessas pugnas homéricas em que se metia em defesa dos negros escravos, Luiz Gama depara com o temido José Bonifácio, o moço, como seu adversário no júri popular. Sem demonstrar o menor temor consegue estrondosa vitória que o permitiu libertar mais de cem negros escravos. Autor de Primeiras Trovas Burlescas de Getulino , sua poesia política e satírica, feria como a ponta de um punhal nos alvos atingidos. Abolicionista dos mais eloqüentes, convivendo com Castro Alves, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco, Luiz Gama, entretanto, não chegou a ver o triunfo de sua causa, pois veio a falecer a 24 de agosto de 1882.

Atuação na luta pela abolição:
Luiz Gama foi copista e amanuense, funções das quais era afastado por força de perseguições racistas e políticas movidas pelo seus detratores, que se encastelavam no Partido Conservador, por não tolerarem as inclinações liberais e as suas atividades em favor dos negros escravizados e oprimidos. Luiz Gama formou-se em direito, conseguindo com talento, coragem e obstinação libertar mais de quinhentos escravos . É dessa época que se projeta a sua fama de orador arrebatado, impetuoso e intrépido quando se punha diante de uma causa nobre, fazendo do jornalismo e da tribuna um poderoso instrumento com o qual vergastava os exploradores do suor alheio e os inimigos da humanidade. Foi ele que brandiu a célebre frase que afirmava de modo peremptório que " aquele negro que mata alguém que deseja mantê-lo escravo, seja em qualquer circunstância, mata em legítima defesa ! ". Segundo Américo Palha, estas palavras de fogo foram proferidas de forma corajosa, da tribuna do Tribunal do Júri. De outra vez, nessas pugnas homéricas em que se metia em defesa dos negros escravos, Luiz Gama depara com o temido José Bonifácio, o moço, como seu adversário no júri popular. Sem demonstrar o menor temor consegue estrondosa vitória que o permitiu libertar mais de cem negros escravos.

Curiosidades:
Os poemas de Luís Gama estão vinculados à segunda geração do Romantismo no Brasil. A sua primeira obra veio a público em 1859, com o título Primeiras Trovas Burlescas do Getulino. Nela reuniu poesias satíricas que ridicularizavam a aristocracia e os poderosos da época, tendo a primeira edição se esgotado em três anos.


André Rebouças


BIOGRAFIA
Engenheiro civil, professor e ideólogo brasileiro e deputado no Parlamento Imperial nascido em Cachoeira, BA, conhecido como o engenheiro brasileiro de idéias mais avançados de seu tempo, e que cunhou a expressão democracia rural, precussora de reforma agrária. Primeiro filho do deputado negro Antônio Pereira Rebouças, que se orgulhava de ser, no Parlamento, o representante da "população mulata" do império, formou-se como engenheiro e bacharel em ciências físicas e matemáticas pela Escola Militar (1860). Especializou-se na Europa (1861-1862), onde fez cursos de especialização em portos e ferrovias. De volta ao Brasil, iniciou-se trabalhando em construções de estradas de ferro e docas, sendo com seus irmãos Antônio, que morreu jovem, e José Rebouças, responsável pela construção das primeiras docas no país, entre elas, Rio de Janeiro, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Fiel a D. Pedro II, acompanhou este ao exílio e nunca mais voltou ao Brasil, morrendo na Ilha da Madeira. Monarquista convicto. participou ativamente da campanha abolicionista e teve suas idéias utilizadas no lançamento da Confederação Abolicionista. Entendia que, após a libertação dos escravos, haveria urgência de promover a reestruturação da sociedade brasileira, ou, como denominou, a triangulação brasileira. A divisão da terra era um dos objetivos desse planejamento. Publicou vários estudos sobre o tema e criou uma legislação sobre a educação dos escravos libertos e sua fixação nas terras. Ensinou na Escola Central, depois Politécnica. Com a proclamação da República (1889), preferiu acompanhar a família imperial para o exílio. Com a morte do imperador, percorreu as possessões portuguesas na África, com a idéia de voltar às origens e depois de seis anos viajando pelo continente africano, finalmente fixou residência na ilha da Madeira, de onde não mais saiu. Teve uma morte misteriosa: seu corpo foi encontrado no mar, ao pé de uma escarpa, no Funchal.

ATUAÇÃO NA LUTA PELA ABOLIÇÃO
Participou ativamente da campanha abolicionista e teve suas idéias utilizadas no lançamento da Confederação Abolicionista. Entendia que, após a libertação dos escravos, haveria urgência de promover a reestruturação da sociedade brasileira, ou, como denominou, a triangulação brasileira. A divisão da terra era um dos objetivos desse planejamento. Publicou vários estudos sobre o tema e criou uma legislação sobre a educação dos escravos libertos e sua fixação nas terras. Ensinou na Escola Central, depois Politécnica. Com a proclamação da República (1889), preferiu acompanhar a família imperial para o exílio. Com a morte do imperador, percorreu as possessões portuguesas na África, com a idéia de voltar às origens e depois de seis anos viajando pelo continente africano, finalmente fixou residência na ilha da Madeira, de onde não mais saiu. Teve uma morte misteriosa: seu corpo foi encontrado no mar, ao pé de uma escarpa, no Funchal.

CURIOSIDADES
André Rebouças descendeu do alfaiate português Gaspar Pereira Rebouças que, em fins do século XVIII, chegou a Salvador e casou-se com a negra Rita Basília dos Santos, provavelmente uma escrava alforriada. Dessa união nasceram nove filhos, dos quais tenho notícias dos quatro homens. José, o mais velho, obteve o título de mestre em Harmonia pelo Conservatório de música de Bolonha e, quando retornou da Europa, assumiu o posto de Maestro da Orquestra do Teatro de Salvador. Manuel tornou-se funcionário da administração da justiça em Salvador. Maurício trabalhou em cartórios e acumulou recursos para estudar em Paris, bacharelando-se em Artes e Ciências e doutorando-se em Medicina. Em 1832, tornou-se catedrático de Botânica e Zoologia na Escola de Medicina da Bahia






JOSÉ DO PATROCÍNIO

  Biografia:

José Carlos do Patrocínio era filho de uma escrava alforriada e do cônego João Monteiro. Aos 14 anos deixou a fazenda da família para tentar a vida no Rio de Janeiro, onde chegou a ingressar na Escola de Medicina. Ao fim de alguns anos, porém, abandonou o curso e formou-se em farmácia, em 1874.

Ainda estudante , fundou uma revista mensal, "Os Ferrões", onde começou a revelar seu talento como polemista que o tornaria famoso. Em 1877, ingressou na redação de "A Gazeta de Notícias", onde escreveu diversos artigos de propaganda abolicionista.

Em 1881, com dinheiro emprestado pelo sogro, adquiriu a "Gazeta da Tarde", à frente da qual permaneceu por seis anos. Neste jornal, deu início à campanha abolicionista. Em 1887, fundou a "Cidade do Rio", onde intensificou os ataques à política escravocrata.

Não se limitou a lutar apenas por escrito pelo abolicionismo. Realizou conferências públicas, ajudou a fuga de muitos escravos, organizou núcleos abolicionistas, militando ativamente até o triunfo da causa, em 13 de maio de 1888.

Seu prestígio imenso durante os últimos anos do Império decaiu após a proclamação da República, quando passou a lutar por um programa liberal. Acabou afastado da vida pública. Seu jornal, "Cidade do Rio de Janeiro", foi interditado e ele deportado para Cucuí, no Amazonas, sob a acusação de ter participado de uma revolta contra o governo de Floriano Peixoto.

Libertado pouco tempo depois, afastou-se da vida pública, colaborando esporadicamente na imprensa. Nos últimos anos de vida interessou-se pela navegação aérea, chegando a construir um aeróstato denominado Santa Cruz.

Patrocínio também escreveu obras de ficção, mas sem a repercussão nem o talento do jornalista. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de no. 21, que tinha Joaquim Serra como patrono.

  Atuação na luta pela abolição:

Natural de Campos, no Rio de Janeiro, José do Patrocínio nasceu em 8 de outubro de 1854. Era filho de pai branco, padre, e mãe negra, escrava. Freqüentou a Faculdade de Medicina e se formou aos 20 anos de idade, mas sua principal atuação foi como jornalista. Começou na Gazeta de Notícias, em 1875, e quatro anos depois juntou-se a Joaquim Nabuco, Lopes Trovão, Teodoro Sampaio, entre outros, na campanha pela abolição do regime escravocrata. Em 1881, tornou-se proprietário de um jornal, a Gazeta da Tarde, e fundou a Confederação Abolicionista, para a qual elaborou um manifesto junto com André Rebouças e Aristides Lobo.
Assim como Rui Barbosa, foi contra o governo de Floriano Peixoto, o que o obrigou a ser desterrado e tirou de circulação seu jornal, o Cidade do Rio, fundado em 1887. Com isto, afastou-se da vida política e terminou por falecer no Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1905.


  CURIOSIDADES:

Jornalista, orador, poeta e romancista, um dos fundadores da ABL e combatente tenaz do abolicionismo, ficou conhecido pelo seu grande poder de oratória. Era chamado de o “Tigre da Abolição”. Patrocínio era adepto do isabelismo, ou seja, acreditava que o fim da escravidão se deu devido a um ato de bondade da princesa e que a monarquia tinha que ser preservada. Em defesa da monarquia, criou a Guarda Negra, batalhão que tinha como objetivo impedir a propaganda republicana mesmo que fosse necessário o uso da força.
Apesar de Patrocínio ter depois aderido à República e ter proposto a criação de um partido negro no Brasil, sua imagem sempre foi ligada a sua imensa gratidão à Princesa Isabel.

No dia 29 de janeiro de 1905, José do Patrocínio sentou-se em frente da sua pequena escrivaninha no modesto barracão em que vivia no bairro de Inhaúma, no Rio de Janeiro. Começou a redigir: “Fala-se na organização de uma sociedade protetora dos animais. Tenho pelos animais um respeito egípcio. Penso que eles têm alma, ainda que rudimentar,  e que têm conscientemente revoltas contra a injustiça humana. Já vi um burro suspirar depois de brutalmente espancado por um carroceiro que atulhava a carroça com carga para uma quadriga, e que queria que o mísero animal a arrancasse do atoleiro...” Não terminou a palavra nem a frase – Um jato de sangue jorrou-lhe da boca. O “Tigre do Abolicionismo” – pobre e desamparado – morria, imerso em dívidas e mergulhado no esquecimento.